Ana Lídia Pereira Travassos
As lembranças das minhas primeiras leituras vem acompanhadas de uma avalanche de emoções. Não podemos mudar nossa história e decidi não resumir o meu depoimento de Leitura e Escrita.
Comecei a ler ainda na primeira série, porém tive dificuldades com a palavra escrita e falada. Minha experiência leitora iniciou-se aos oito anos de idade no grupo de Vicentinos, quando eu acompanhava o meu pai nas reuniões nas manhãs de domingos. E assim que aprendi a ler eu queria mostrar que já sabia ler. E incrível por estar em um grupo de adultos eu me sentia segura e encorajada.
Depois disso, foram as leituras orais em sala de aula. Elas eram mais complicadas, pois eu trocava o /r/ por /l/ ou os omitia..rs. E o julgamento dos colegas quando eu errava me entristecia. Eu queria ler e queria acertar. E enfrentava o desafio. Escrever a mão hoje é difícil para mim, pois minhas mãos nem sempre querem colaborar comigo. Parte dessa salada de letras melhorou 90% após começar a utilizar o editor de textos "word". Pois me condicionei a me corrigir automaticamente ao digitar. Já quanto à pronúncia resolvi assim: eu ficava treinando soletrar as palavras em voz alta. Não me lembro de onde li a informação, mas fiz isto durante a minha 6ª e 7ª séries até superar. Superei aos 30 anos.
Tenho
muitas histórias leitoras e escritoras. Encantava-me ouvir os professores e os
adultos que liam bem. Também nesta fase amava ler Monteiro Lobato e assistir ao
programa Sítio do Pica-pau
Amarelo e, em especial, a Boneca Emília e suas
peripécias. Já com 11 anos identifico-me com o conto Felicidade Clandestina, de
Clarice Lispector, quanto leitora. http://professoraanalidiatravassos.blogspot.com.br/2011/10/leituras-e-encantos-felicidade.html. Aos meus 10 anos, 11 meses e 23 dias minha família
e eu viemos para São Paulo ( 23 de julho de 1978). E, como era no meio do ano
letivo, meus pais não puderam comprar todos os livros didáticos para nós. Devido ao processo de mudança
e as dificuldades do novo estilo de
vida. Comecei trabalhar aos 12 anos e com 14 anos já estudava à noite e tenho alegria disso. Contudo, eu estudava na hora do almoço, no ônibus e passava meus dias me torturando por não poder ler e fazer minhas lições.
O uso da produção de textos no computador foi uma ajuda para sincronizar o meu pensamento com a minha escrita. Na parte de leitura, o uso do computador me levou a ler mais, uma vez que não cheguei a fazer os cursos tradicionais de computação e tive que aprender rápido para o trabalho, Então, me mostraram que cada programa tinha um ponto de interrogação e eu devia clicar para ter a AJUDA: e comecei a ler a ajuda dos programas e, fui lendo, abrindo janelas, aprendendo e estou aprendendo assim. O que falta é tempo hoje....rs.
As energias da poesia e a magia da prosa já me salvaram por diversas vezes!. Abriram-me mundos. Por meio dos meus queridos, Drummond, Clarice Lispector, Machado de Assis, Cecília Meireles, Guimarães Rosa, Adélia Prado, Mário Quintana, Rubem Alves etc. Ah! E o nosso Fernando Pessoa que me deu a ideia de me multiplicar como escritora... rs. Já até adotei uns heterônimos. Só que escolhi um(a) das personagens do Gabriel Garcia Marquez. Arrisco-me a escrever poesias, algumas são românticas e melosas demais para o meu gosto. E como escrevente de textos oficiais, pedagógicos e na área comercial me policio constantemente. Pois amo mesmo é a transgressão permitida pela liberdade poética, a dupla interpretação das possíveis inferências ou dúvidas que podemos deixar em aberto na poesia: a licença poética. Arrisquei-me a iniciar escrever um livro e acredito que ele precisa ter vida própria ! Ele está na gaveta há anos, esperando o nosso amadurecimento pessoal e profissional.
.....................................................................
Ana Paula Batista Pereira de Moraes
Olá Colegas de Curso,
Ler e escrever foram meus "amigos" de infância: filha de pais separados, a única a ficar com a mãe que tinha uma jornada extensa de trabalho, ler e escrever foram as práticas que mantiveram meus sonhos acordados, em meio a realidade triste de uma separação, tendo a falta do pai, mãe, irmão, o desfeito. Foram os livros que atenuaram minha existência.
Em especial, tenho três grandes momentos que envolvem estas duas manifestações, ler e escrever.
Lembro de quando aprendi a ler, através de uma leitura feita pela minha mãe: eu já decodificava os sons, mas não tinha o letramento. Então, ao perguntar para minha mãe sobre o que estava escrito no livro, deliciei-me com sua leitura entonada que foi preponderante para minha compreensão e também para minha paixão pelas estórias.
Na sexta série participei de um concurso de poesias e após algumas etapas ganhei o primeiro lugar, o que me deixou muito feliz e confiante.
Já na faculdade, ao escutar a professora de literatura ler "A menina de lá", de Guimarães Rosa (Primeiras Estórias), tive um encantamento e identificação com a leitura que decidi que meu trabalho de conclusão de curso giraria em torno desta narrativa, e não deu outra: fiz meu tcc defendendo a tese " O mito e seu nascimento na linguagem através do conto de G. Rosa 'A menina de lá", que me causou grande orgulho e prazer, tamanha a dedicação na qual fui acometida por conta do amor pela obra/universo roseano.
Enfim, os escritos sempre guardados embaixo do teclado do computador, nos cadernos e agendas agora tem destino certo em meu blog, http://teimosiainsanapaula.blogspot.com.br/ (um pouco adormecido, por conta da correria) onde posso registrar/compartilhar minhas ideias, minhas leituras sobre as coisas do dia-a-dia, celebrar a vida através das palavras.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Anderson Mário da Silva
Desde que fui
alfabetizado sempre fui um leitor compulsivo, me recordo que nas minhas férias
da segunda série viajei com a família e na casa em que ficamos havia uma
coleção muito boa de HQ; passei boa parte das férias lendo aqueles gibis, foi
minha primeira experiência significativa de leitura.
Durante minha
infância era disciplinado de forma rígida sempre que desobedecia minha mãe;
porém, logo que cresci, os métodos mudaram, passei a ficar de castigo próximo a
estante de livros de casa, e a única coisa que podia fazer durante o castigo
era ler, com isso aprendi a amar os livros e as coisas que aprendia com eles,
pois passava muito tempo da semana lendo-os.
Quando cheguei
à faculdade já tinha lido muita coisa, era o momento em que as bibliotecas
públicas estavam em alta, então eu pegava muitos livros emprestados e sempre os
“devorava”. Sou o tipo de leitor que quando aprecia um livro, lê sem parar até
conhecer o final da história, na verdade deixo minhas tarefas de lado e vou
dormir muito mais tarde de tão envolvido com a leitura.
................................................................................................................................................
Andrea Valentim Garcia
A minha história com a leitura se deu por ser filha caçula de uma família grande. Meus pais tiveram sete filhos e eu fui a "raspa do tacho". Minhas irmãs já eram quase todas adultas quando eu nasci e por isso, eu era um tanto quanto paparicada. E aí, começou, uma delas sempre me presenteava com livros. Tinha a coleção inteira do Sítio do Pica-pau amarelo, como não sabia ler. cada noite uma delas me contava uma história. Lembro-me que cada noite era uma sensação diferente, ora medo, ora piedade, ora orgulho. Havia uma história que me fascinava, a do "Minotauro", sentia um medo absurdo, mas sempre pedia para lê-la novamente.
Quando comecei a ler sozinha, devorava livros. Minhas irmãs tinham a coleção completa do "Vagalume" e eu li todos várias vezes.
Hoje, tenho uma bebê de três aninhos e faço a mesma coisa com ela, sempre a presenteio com livros, e por incrível que pareça, ela troca qualquer passeio na Ri Happy por uma passadinha na Siciliano.
................................................................................................................................................
LEIA O TEXTO:
Paulo Coimbra Guedes e Jane Mari de Souza
GUEDES, PAULO COIMBRA,; SOUZA, JANE MARI de. Leitura e escrita são tarefas da escola e não só do professor de português. In: Ler e escrever: compromisso de todas as áreas. 9 ed. Porto Alegre, RS: Editora da UFRGS,
2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário